A doença arterial coronariana (DAC) se caracteriza pela obstrução das artérias coronárias (vasos sanguíneos que irrigam o músculo do coração), sendo consequência de um processo que chamamos de aterosclerose, que nada mais é do que a formação de placas de gordura, cálcio e outros elementos na parede das artérias do coração.
Segundo os dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia, no Brasil, o número de portadores de DAC aumentou de 1,48 milhão em 1990 para mais de 4 milhões em 2019.
O seu estilo de vida e os hábitos cotidianos podem ser determinantes para o surgimento da doença. Por isso, nesse artigo eu vou te explicar quais são os principais fatores de risco e sintomas da DAC.
Vamos lá?!
Sinais e sintomas da doença arterial coronariana
A dor no peito, que denominamos de angina, é a manifestação mais comum da doença arterial coronariana.
A angina estável (angina pectoris) é causada por um estreitamento nas artérias que irrigam o músculo cardíaco e a dor é um sinal de que o coração está recebendo menos oxigênio e nutrientes do que precisa.
Este desconforto da DAC é bem característico e, habitualmente, tem caráter de pressão, aperto ou peso no peito, podendo também se apresentar como uma sensação de estrangulamento ou queimação.
A dor pode ter irradiação para a mandíbula, braços e dorso, podendo ser acompanhada por falta de ar, suor excessivo, náuseas ou perda da consciência.
Ainda é preciso ressaltar que os sinais e sintomas da doença arterial coronariana costumam surgir durante ou após a prática de atividades físicas ou quando a pessoa passa por momentos em que a emoção está mais aflorada.
Geralmente, a angina é passageira, durante entre 5 e 10 minutos.
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Fatores de risco da doença arterial coronariana
A principal causa da doença arterial coronariana é a aterosclerose que, muitas vezes, está associada ao estilo de vida inadequado.
Assim, os fatores de risco da doença arterial coronariana são:
- Histórico familiar de doença coronariana em idade jovem
O histórico familiar é determinante para diversas doenças cardíacas, inclusive a DAC.
Pessoas que têm parentes próximos (como a mãe, o pai e irmãos) diagnosticados com a doença em idade jovem, possuem maiores chances de desenvolver a DAC também.
Entretanto, é preciso deixar claro que isso não significa que você inevitavelmente terá a doença.
Histórico familiar de doença cardíaca: quando devo me preocupar.
- Tabagismo
Você sabia que um único cigarro é capaz de prejudicar a saúde do seu coração e aumentar o risco de surgimento de 50 doenças diferentes?
Isso acontece porque o cigarro possui cerca de 4.700 substâncias tóxicas!
Quem fuma tem maiores chances de desenvolver a doença arterial coronariana porque as substâncias presentes no cigarro aceleram o processo de aterosclerose.
Essas substâncias agridem o endotélio (camada de células que recobre os vasos sanguíneos internamente) e ao danificar essa estrutura, ocorre queda na produção de uma substância protetora conhecida como óxido nítrico, deixando as artérias mais vulneráveis ao acúmulo de gordura em suas paredes.
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- Sedentarismo
O sedentarismo é um dos fatores de risco mais importantes para o surgimento da DAC.
A falta de atividade física regular favorece o acúmulo de gordura na parede dos vasos sanguíneos, comprometendo a circulação do sangue e o funcionamento do coração.
Se você quer cuidar bem do seu coração, se exercite! E não estou falando apenas de praticar algum esporte. Pequenos hábitos diários, como caminhar até o trabalho ou trocar o elevador pela escada, já trazem benefícios para o seu coração.
- Obesidade
A obesidade é uma das principais vilãs da sua saúde cardíaca, pois o acúmulo de gordura corporal gera uma resposta inflamatória e favorece o surgimento da aterosclerose.
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- Diabetes
Pessoas diabéticas apresentam de 2 a 4 vezes mais chances de desenvolver doença arterial coronariana, pois o diabetes ativa alguns mecanismos de agressão, principalmente na superfície do vaso sanguíneo, favorecendo o surgimento da DAC.
- Colesterol alto
Tudo em excesso ou em falta pode ser prejudicial para a saúde e com o colesterol não seria diferente.
Quando o assunto é colesterol, devemos nos preocupar quando apresentamos níveis elevados de colesterol ruim, já que esse tipo de colesterol se acumula na parede das artérias, obstruindo a circulação sanguínea e favorecendo as doenças cardiovasculares.
Colesterol alto: quando e por que se preocupar com isso?
Com exceção do histórico familiar, os demais fatores de risco da doença arterial coronariana podem ser modificados ou controlados. Se você possui um ou mais desses fatores, procure um cardiologista! Ele será um grande aliado nesse processo de combate à DAC.
Dra. Ana Raquel Superbi Vidal
Cardiologia e Ecocardiografia
CRM-MG 54452 | RQE 53096
